Escolhas

É difícil admitir mas quase sempre tenho receio de experimentar o novo. O motivo talvez seja por que em toda a minha vida, nunca tive que fazer escolhas e nem optar por um caminho certo. E agora que isso está acontecendo me sinto inteiramente perdida. A vida toda lutei pelo direito de fazer minhas próprias escolhas e agora confesso: tenho medo.

Agora começo a compreender algumas coisas e a imaginar como vai ser daqui pra frente... eu tendo que tomar decisões as vezes com noites mau dormidas ou então com a mente atordoada. Mas acho que esse é o prêmio q se ganha por crescer: ser responsável pelo que se faz. E de fato é isso que sonhamos quando crianças, a diferença é que lá as coisas tinham mais cores e os dias mais arco-íris com nuvens em forma de bichinhos a sua volta.

A verdade é que o tempo que passou não volta mais. Se isso é bom ou ruim ainda não sei. O que sei é o que quero guardar desse passado e o que quero esquecer de vez. Quanto aos meus medos tentarei supera-los e empenharei para que consiga vencer parte dos que eu sei que ainda virão. E se por um acaso na minha velhice o Mal de Alzheimer vier e apagar por completo as minhas lembranças só não quero me esquecer de uma única coisa: dos bons amigos que a vida me permitiu conhecer. Esses sim são dos bens que tenho, os mais preciosos e os mais belos e sinceros também.

Que no futuro próximo eu possa ter surpresas boas para superar as más que já me foram pré-destinadas antes mesmo de eu nascer. E que de cada novo nascer do sol eu possa ter sonhos pra sonhar e que eu nunca fique sem tempo para poder tentar torná-los reais. E que no fim de tudo eu possa dizer que tive uma vida e que optei por vivê-la.