segunda-feira, 19 de abril de 2010



Era uma pessoa só. Talvez por opção ou talvez por comodismo. O fato é que ela era sozinha no mundo. E no canto da sala, lá estava ela a separar os projetos feitos e os que estavam por fazer. Eram muitos planos e tantos outros sonhos perdidos num espaço de tempo quem nem ela própria conseguiria determinar. No fundo ela sabia que morreria só. Talvez depois de uns tantos dias a faxineira que ia três vezes por semana, encontraria o seu corpo no tapete da sala. Ou talvez em sua cama exageradamente grande e rodeada de travesseiros. Fria. E no final das contas, não poderia dizer que foi uma vida triste. Incompleta, talvez.

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