sábado, 3 de julho de 2010

Destrutível


Bem, até pouco tempo atrás, pensava que o ódio era o sentimento mais destrutível do mundo pois alimenta a raiva, o rancor, o ressentimento e por conseqüência uma tristeza. Mas pensando melhor, e observando atentamente uma pessoa apaixonada, pude perceber que a paixão sim que é o sentimento mais destrutível do mundo.
A paixão a primeira vista é um sentimento saudável e inofensivo. Isso acontece porque o primeiro sintoma do ser apaixonado é a cegueira. Sim, a paixão cega. E junto com isso, nasce também a idealização (horas, dias, semanas quiçá meses idealizando uma pessoa, lembrando cada detalhe do que viveram, cada sorriso, cada olha cruzado. Não importa se a pessoa é correspondida ou se está vivendo algo platônico, as apostas são sempre altas. A paixão não admite fixas pequenas). Na minha opinião, a idealização é uma das fazes mais perigosas da paixão. Quanto maior a idealização, maior o sofrimento (não existe paixão que não gere sofrimento). E depois da fase da idealização, nasce a frustração. E a hora em que os muros e os alicerces feito de tantos sentimentos caem sobre os ombros da pessoa apaixonada. E quando a poeira abaixa, se consegue ver mais claramente. E percebe que as coisas não são como achava que eram (e aí se decepcionam). E é nesse momento que a pessoa apaixonada tem aquela sensação de que o fogo está se acabando. Começa a sentir frio. Muitos nessa hora acordam como se acordassem de uma espécie de anestesia geral. Um tanto quanto perdidos. Daí então, alguns passam a se acharem idiotas ou algo do tipo, outros resolvem não desistir uma vez que já se foi to longe (acredito que grande parte desses encontram o amor). Já a outra parte (chamaria de a grande maioria), ficam fracos de mais para continuarem lutando. Uns já perderam completamente a esperança, descobriram que não eram correspondidos ou simplesmente não gostaram do que viram quando passou o efeito da cegueira. É mais ou menos nessa hora que os que optaram por não continuar deixam de investir e passam a agir (mesmo que essa atitude seja simplesmente não fazer mais nada)
Não importa quantas barreiras foram cruzadas e quantos obstáculos foram vencidos, a paixão sempre vai deixar buracos em sua alma. Ninguém sobrevive a uma paixão completamente intacto. Mas é importante que se tenha uma paixão, como combustível da alma. Há quem diga que uma paixão em um momento certo pode salvar a alma. Porque a paixão, assim como a maioria dos sentimentos, também tem lá suas vantagens.
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Não foi nenhum fardo te ouvir, na verdade
foi uma honra

Um comentário:

Winny Trindade disse...

A paixão pode salvar sim.
Mesmo depois de tudo, eu ainda acredito no amor, mesmo sabendo que ele é bem mais destrutivo.

Beijo amiguinha!