segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012



Eu sou sua Anima,
a Senhora que não
deve ser humana.
Sirvo-lhe como
ponte elevadiça.
Subo. Desço.
Entro e saio.
Jamais fico,
jamais ao lado.
Somente embaixo,
somente em cima.
Olhando para o palácio de cristal
onde os trovadores
cantam a minha morte.
Nunca dormiremos juntos.
Talvez como Tristão e Isolda.
Como Romeu e Julieta.
Somos arquetípicos,
ridículos,
etéreos
e nunca comuns.
Comuns são os casais.
Nós não somos nada.
Entretanto
belos e eternos: nada.
Belos e eternos nada.


Trecho do livro
Dores do amor romântico
Fernanda Young

Um comentário:

Mila Ferreira disse...

Aquilo que nada é, também, cativa...

Beijos!
Camila Márcia
@camila_marcia
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