domingo, 20 de maio de 2012

Das pessoas encantadas



            Ontem eu estava em uma livraria e conheci um poeta que previu o meu destino. Ele disse:
- Olhando para essa moça eu vejo que ou ela vai ser escritora ou poetisa (sim, poetisa porque mulher é poetisa. Se uma mulher virar pra mim e disser que é poeta, eu nem leio poema. Disse ele) ou diplomata ou professora. De literatura talvez, ou não.
            Eu fiquei encantada com aquele senhorzinho, e depois de alguns minutos de conversa ele me recitou um de seus poemas, publicado em seu segundo livro recém-lançado, dizendo que era o meu.


Aspiração

Como és bela e formosa,
Com essa tez cor-de-rosa,
Com essa pele macia,
Tão linda quanto a morena,
Muito mais que a Helena,
Mais ainda que a Maria.

Como és tão graciosa,
Tão bela quanto uma rosa,
Tão virgem, meiga e pura,
Qual musa que a minh’alma inspira,
Ela que, triste, suspira
Me olhando com ternura...

Ah, se meus olhos pudessem,
Mesmo além do que merecem,
Mesmo sendo eles miúdos,
Estar aos olhares cruzados,
Entre dois seres amados,
Com esses olhos graúdos.

Quem bom! Muito bom seria
Se eu pudesse, talvez, um dia
Ouvir, na fala que canta,
Uma canção pequenina
Que a mim soasse “Divina”,
Sublime, enlevada e santa.


José R. Martins
CADERNOS DE POESIA
Romantismo para todos os dias
Volume I

Um comentário:

Winny Trindade disse...

Meigo, belo e profundo. Assim como você, amiguinha.

Abraço meu.