Ontem eu estava em uma livraria e
conheci um poeta que previu o meu destino. Ele disse:
-
Olhando para essa moça eu vejo que ou ela vai ser escritora ou poetisa (sim,
poetisa porque mulher é poetisa. Se uma mulher virar pra mim e disser que é
poeta, eu nem leio poema. Disse ele) ou diplomata ou professora. De literatura
talvez, ou não.
Eu fiquei encantada com aquele
senhorzinho, e depois de alguns minutos de conversa ele me recitou um de seus
poemas, publicado em seu segundo livro recém-lançado, dizendo que era o meu.
Aspiração
Como
és bela e formosa,
Com
essa tez cor-de-rosa,
Com
essa pele macia,
Tão
linda quanto a morena,
Muito
mais que a Helena,
Mais
ainda que a Maria.
Como
és tão graciosa,
Tão
bela quanto uma rosa,
Tão
virgem, meiga e pura,
Qual
musa que a minh’alma inspira,
Ela
que, triste, suspira
Me
olhando com ternura...
Ah,
se meus olhos pudessem,
Mesmo
além do que merecem,
Mesmo
sendo eles miúdos,
Estar
aos olhares cruzados,
Entre
dois seres amados,
Com
esses olhos graúdos.
Quem
bom! Muito bom seria
Se
eu pudesse, talvez, um dia
Ouvir,
na fala que canta,
Uma
canção pequenina
Que
a mim soasse “Divina”,
Sublime,
enlevada e santa.
José
R. Martins
CADERNOS
DE POESIA
Romantismo
para todos os dias
Volume
I
Um comentário:
Meigo, belo e profundo. Assim como você, amiguinha.
Abraço meu.
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