quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Caderno de anotações



      Sabia da realidade e sabia que não fazia ideia de como alterá-la. Mas permanecia calma. Não era conformada, mas sabia que não iria adiantar nada se desesperar.
     Entre os seres abandonados, condenados a vagarem sós, pelos sertões, pelas cidades, pelos planetas, pelos oceanos, por onde quer que ousasse pisar. Lá estava eu de alguma forma quase sozinha, em um terreno povoado mas que para mim permaneceu deserto. Sentada em uma cadeira no fim de um corredor, com os meus  materiais sobre o colo e começando a escrever esse texto. Havia uma outra cadeira do meu lado, poderia muito bem depositar ali meus pertences. Mas optei por não o fazer na esperança de sentar ali outra alma solitária também cansada de vagar sozinha. Querendo alguém para escutá-la. Na verdade sabia que essa alma nunca viria. Mas também não queria me parecer tão descrente. Queria sair dali, mas ao mesmo tempo não tinha para onde ir. Poderia continuar vagando. Ou não. De qualquer forma, desistir não era uma opção.



3 comentários:

Winny Trindade disse...

Que coisa triste, amiguinha.
mas, é bom saber que desistir não é opção.

Amo-te.
Abraço meu.

Vanessa Souza disse...

A realidade a gente reveste de ilusões.

Unknown disse...

Desitir não!
Quem persiste alcança...
Me vi aqui no teu texto! =9

Saudades de você e das suas palavras...

Beijossss